Báhh... que Chimarrão bom tchê!

É nós sabemos, ficou engraçada a chamada, mas é por uma boa causa; Hoje o Culinária & História vai mostrar um pouco da cultura sulista, muito rica e bela, e vamos contar a história da bebida mais apreciada pelos sulistas em geral (ou todo mundo que gosta de chá), o Chimarrão.


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Diz-se que os índios de Guaíra eram bem mais fortes que os guaranis de qualquer outra parte daquela região, mais alegres e dóceis. Entre seus hábitos, havia o consumo de uma bebida que tem por base folhas fragmentadas, que são tomadas em um pequeno porongo (tipo de cabaça)  através de um canudo de taquara na base um trançado de fibras para coar as partículas das folhas assim evitar que fossem ingeridas. Os guaranis chamavam-na de caá-i (água de erva saborosa) e dizem que seu uso fora transmitido por tupã.


Depois de descoberto pelos soldados de Irala, a comércialização da erva-mate se tornava o mais lucrativo da Colônia. O uso do chimarrão chegou até às margens do rio Prata, conquistou Buenos Aires, ultrapassou os Andes, e quando chegou à Potosi, enriqueceu os donos do Paraguai. Assunção dobrou de população e de tamanho. As fortunas se tornavam enormes.


Em 1813, o ditador paraguaio, Dr. Francia, proibiu as exportações de erva-mate,  e então o Brasil se tornou o único produtor e exportador de chimarrão. Comerciantes paraguaios e espanhóis se instalaram no Paraná, trazendo engenhos de soque. Com a abertura da estrada Serra Graciosa, em 1876, Curitiba passou a ser um centro de exportação, transformando a erva-mate em uma das maiores riquezas nacionais. Com a decisão da questão dos limites de Missões, em 1910, o presidente dos Estados Unidos, escolhido como árbitro, julgou o caso a favor da Argentina e uma boa parte da região ervateira passou a ser dela, a única até hoje daquele país, na província de Misiones.


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A  bebida é consumida também no Chile e no Uruguai, Estados Unidos, Síria (mas este importa prioritariamente da Argentina) e Oriente Médio. 


Já conhecendo a história da caá-i, que tal aprendermos a fazê-la?


Ingredientes:
Erva-mate 

Modo de preparo:
Coloque a erva-mate na cuia, aproximadamente até 2/3 de sua capacidade.
Tape a boca da cuia com a mão, e vire-a com a boca para baixo. Faça leves movimentos para cima e para baixo.
Incline a cuia mais ou menos 45º e retire a mão, fazendo com que os palitos da erva fiquem na parte inferior (cestinho da cuia), formando uma trama que facilitará a entrada de água na peneira da bomba.
Na mesma posição anterior, despeje água fria ou morna (água fervente queima o mate, dando um gosto amarguento) até encima da erva, que não deverá ser molhado. Aguarde até que a água seja absorvida (2 a 3 minutos).
A colocação da bomba é um momento decisivo no preparo de um bom chimarrão. Tapando o bocal com o polegar, introduza a bomba no lado cheio d'água da cuia, até o fundo do cestinho. Com movimentos de pulso, procure a melhor posição, para que a bomba fique firme. Retire o polegar e observe o nível da água, que deve baixar alguns milímetros. Isso prova que o chimarrão está desentupido.
Com a cuia na posição vertical, coloque água quente. A temperatura ideal da água é 64 graus, obtida quando a chaleira começa a chiar.
Pronto. O primeiro mate pode ser ingerido, não há nada de mal nisso, porém alguns mateadores costumam cuspi-lo fora até ouvir o "ronco" da cuia. Isso porque o primeiro mate não é o mais saboroso e a bomba retém resíduos de pó da erva.